terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Momento Claquete: Oscar 2013




    Carnaval? Não, não. Para mim o evento mais esperado de fevereiro é sem duvidas o Oscar. E esse ano será no dia 24, no domingo, o que é um dia já muito marcado no meu calendário, pois já se tornou uma tradição em que todos os anos eu acompanho de pertinho toda a transmissão que é passada ao vivo na Globo. É um momento especial, é o momento que eu coloco todo o meu lado critico para aflorar. Tem aqueles filmes que eu estava torcendo que concorressem e infelizmente não concorrem - paciência - mas tem também os que já estão na concorrência e eu gostei muito, então eu fico lá na torcida esperando uns 10 Oscar e analisando todas aquelas celebridades lindas de morrer naquelas roupas mágicas e brilhantes, e claro tem aqueles que Jesus erram feio no figurino...
    O Oscar não é só um programa cinematográfico, é um evento especial onde se encontram todas as referências do cinema e onde estarão os filmes que possivelmente vão se tornar referência daqui a uns anos após terem ganhado. E para quem se liga em cinema, é sempre bom se manter atualizado e saber sobre a trilha sonora do filme, quem produziu o que e quais são os atores coadjuvantes que estão estrelando. 
    Ele ocorre todos os anos, desde 1929. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood oferece uma estatueta banhada de ouro e prata, que já foi de gesso no período da Segunda Guerra e de bronze nos primeiros anos do prêmio. Símbolo de qualidade, segundo os críticos, das produções cinematográficas de todo o mundo. Prêmio que vira sobrenome dos atores e atrizes que o ganham.



    Até então ninguém sabe porque desse curioso nome "Oscar". Alguns dizem que foi porque uma secretária-executiva da Academia fez um comentário ao ver a estatueta dizendo "Parece meu tio Oscar!". O que depois se constatou que ela não tinha um tio com esse nome e sim um primo, o que gerou especulação e ficou por isso mesmo. E logo uma atriz Bette Davis que após receber seus dois Oscar (em 1935 e 1938 como melhor atriz) , comentou que a estatueta se parecia muito com seu marido por ser careca. Mas por fim o nome se firmou mesmo apenas em 1939, até hoje sem uma conclusão correta de o real motivo.



    Além de toda essa atenção dada aos filmes está também a maior atenção nos figurinos. É o evento em que todos os profissionais da moda pulam de exclamação, o evento que vira assunto no outro dia em todos os programas de TV sobre quem estava bem vestido ou não. "Se você não ganhou o Oscar não tem problema, mas vá bem vestido e não perca o sorriso congelado, por favor!!". É basicamente esse o tema. 
    E como não podia faltar eu já me programei da cabeça aos pés, dia 24 estarei em frente a telona com pipoca, comes e bebes e ouvidos atentos e olhos tinindo de percepção em cada detalhe sem contar a torcida para o filme do ano. 
   Na concorrência estão:

- Amor
- Argo
- Indomável Sonhadora
- Django Livre
- Os Miseráveis
- As Aventuras de Pi
- Lincoln
- O Lado Bom da Vida
- A Hora Mais Escura



***


    Para arrematar, a foto dos seres que eu considero os mais elegantes do Red Carpet. Daniel Craig e Maryl Streep. 







E então, vai conferir o Oscar também? Se sim, não esqueça de preparar sua pipoca que ainda da tempo de se atualizar nos filmes concorrentes e ficar na torcida se caso algum for seu favorito! 




Curiosidade:  O primeiro filme a receber um Oscar como melhor filme foi a produção chamada “Asas” de 1927, um longa metragem mudo que foi considerada pela biblioteca do Estados Unidos como uma obra a ser preservada para a cultura daquele país.


See You!



Annabel Laurino 






sábado, 16 de fevereiro de 2013

As Vantagens de Ser Invisível





Editora: ROCCO
Páginas: 224
Autor (a): Stephn Chbosky
Tempo para ler: 1 dia e meio
Preço: 29,00
Classificação: 






    Só existiria um único motivo para que eu não pudesse dar cinco estrelas a esse livro e o motivo foi que ao mesmo tempo que ele me deixou inspirada e instigada pela história, ele também me deixou com um pouco de tristeza. 
    Acho que quando refletimos demais sobre todas as coisas, sobre a verdade que nos cerca, sobre como as pessoas a nossa volta realmente vivem suas vidas, como elas realmente sentem e o que elas sentem, temos a perspectiva da verdadeira realidade de tudo, e isso pode assustar, ou até mesmo entristecer. 
    Com Charlie, o personagem principal do livro, isso acontece frenquentemente. Eu não esperava ficar tão comovida por essa história, mas fiquei. Então eu peguei as primeiras páginas e me deparei com cartas escritas e com o próprio Charlie contando toda a sua vida através delas. Ele escreve e as envia, mas você(o leitor) não imagina nem se quer para quem seja. Você também não sabe onde Charlie vive ou de onde ele está escrevendo suas cartas. Você simplesmente sabe de sua vida, você lê suas histórias e isso é o suficiente para compreender seu mundo. 
    Eu já tinha visto o filme As Vantagens de Ser Invisível antes de comprar o livro, então como eu gostei muito do filme eu fui lá e comprei, mas não li de imediato. Acho que eu só estava esperando o momento certo. Porque As Vantagens de Ser Invisível apesar de ser um livro pequeno e de ser uma leitura rápida e tranquilamente fácil, não é um livro que você possa ler como leria um livro de romance qualquer, é o tipo de livro que é necessário utilizar um certo filtro, centralizar nas emoções do personagem e pensar. Refletir sobre o que acontece.
    Charlie é um adolescente que deseja fazer parte de alguma coisa, de ter amigos e poder 'participar', tal como ele mesmo diz. Então ele conhece a Sam e o Patrick que são irmãos e veteranos da escola onde ele estuda, e depois de fazer amizade, Charlie começa a sair e frequentar festas e então nos deparamos com uma tipica adolescência normal, festas, drogas, bebidas, musicas e gente tatuada, tudo o que Charlie não estava acostumado a viver. Mas Charlie não é um adolescente normal. Você tira a conclusão do próprio nome do livro. Ele não é invisível só por ser solitário, ele é invisível por ser o cara que observa tudo e não diz nada, ele sente todas as coisas a sua volta, mas ninguém percebe o que ele mesmo sente, ele sim, ele vê tudo. Eu também o achei incrivelmente ingênuo em vários aspectos, não sei se ingênuo ou mesmo inocente.
    Charlie tem um passado que aos poucos é relatado em suas cartas, uma profunda dor com a morte de sua tia Hellen, e um amor platônico por Sam que namora Craig. De todos personagens o que eu mais gosto é o Patrick, e foi o que eu mais gostei logo de cara no filme também, achei ele tão legal e descontraído, e a história dele sobre ser gay é bem interessante. 
    Logo tem o professor de Charlie, o Bill, que lhe dá vários livros para ler pois ele acredita no potencial de Charlie para escrever e se expressar com as palavras. Os livros são todos citados no enredo e posso dizer que são bem bons, assim como as musicas que o Charlie e seus amigos escutam e que ele lista nas cartas. 
    As Vantagens de Ser Invisível é um livro profundamente impossível de ser descrito por inúmeros motivos, apesar de ser uma história pequena, acontece muitas coisas e vários personagens se modificam ao longo desta. É uma história que te faz pensar a cada página, contém um humor manso e ainda assim é muito instigante. 
    Eu fiquei triste quando terminei, não sei, eu me apeguei ao Charlie como se ele fosse meu amigo intimo, depois de todas as cartas dele e mesmo sabendo que não era diretamente, mas dá essa impressão mesmo assim, de que as cartas é para o leitor que está lendo o livro. É como se o personagem falasse comigo mesma e a cada parágrafo é como se eu tivesse recebido uma nova carta de Charlie. O que é engraçado. Então eu me apeguei a sua vida e aos detalhes dela, e quando livro teve fim, eu fiquei com aquela lacuna desesperadora de querer ter mais uma carta dele para ler e saber o que mais aconteceu, se ele estaria bem e essas coisas. 
    Por isso eu não vou dar cinco estrelas. É um livro perfeitamente bem bolado, bem escrito, a capa também é bem legal, com os atores do filme (se bem que eu queria a capa americana que é toda colorida). Eu gosto de livros assim, diferentes, reais, profundos e instigantes, eu realmente adorei esse livro e por isso eu o recomendo. 
   

    "Sam batucava com as mãos no voltante. Patrick colocou o braço para fora do carro e fazia ondas no ar. E eu fiquei sentado entre os dois. Depois que a música terminou, eu disse uma coisa: 
    "Eu me sinto infinito."
    E Sam e Patrick olharam para mim e disseram que foi a melhor coisa que tinham ouvido. Porque a música era ótima e porque estávamos prestando muita atenção nela. Cinco minutos de toda uma vida tinham passado, e nós nos sentíamos jovens de uma  forma legal. Eu cheguei a comprar o disco, e contaria a você como foi, mas na verdade não foi o mesmo que estar em um carro a caminho de sua primeira festa de verdade, e você está sentado no meio da picape com duas pessoas legais quando começa a chover."





Annabel Laurino





Sam diz ao Charlie assim que o dá uma máquina de escrever no Natal











quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Today Is :




    Sim! Hoje é o tão famoso Dia dos Namorados americano. Eu não sei, creio que devo ser uma das poucas pessoas que é apegada ás datas e feriados americanos e não somente ao dia dos namorados, mas aos outros também. Talvez porque eu ache que lá eles prestigiam bem mais esse dia do que aqui no Brasil. 
    Mas enfim, hoje é o Valentine's Day e não há nada mais romântico do que além da troca de lembrancinhas e do fato de estar comemorando esse dia especial com alguém mais especial ainda ao lado é poder prestigiar um dia tão legal! Fala sério, é quase impossível não achar fofo.
    Tem muita gente que fica meio nostálgica nessas datas porque ou não tem namorada(o) ou porque o querido(a) e amado(a) se esqueceu da comemoração e não rolou nem beijinho. O que pode ser meio triste mas eu já comemorei vários Valentine's Day sozinha ou com as amigas e sempre foi animado fazer programações legais com filmes, bolinhos e pipocas e depois sair para ir a algum lugar legal. 
    Então esteja você sozinho ou acompanho, eu desejo a você um Feliz Dia dos Namorados Americanizado!








Annabel Laurino

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Momento Claquete: Clube dos Cinco





Nome Original: The Breakfast Club
Direção e Direção: John Hughes
Lançamento: 7 de Fevereiro de 1985
Classificação:   






    Ta, eu não sou só apaixonada por livros, eu também sou loucamente apaixonada por filmes e principalmente alguns filmes antigos ou mais especificamente, filmes dos anos 80. Eu não sei explicar como essa paixão realmente começou, talvez com o meu pai me contando dos filmes da época dele em que assistia e fazendo questão de me mostrar, alugar para que eu visse e tudo mais. Foi talvez assim que tenha começado. Ou quando eu me deparei com aquelas histórias incríveis dos anos 80, as escolas americanas, as roupas trech rasgadas e descoladas, os cabelos arrepiados e bagunçados, as gírias e as falas sempre presentes em todos os filmes. Eu me apaixonei, assim como também comecei a me prender em todos os detalhes desses filmes, como a trilha sonora e os cenários sempre tão distintos. 
    Há horas eu queria escrever sobre um filme desses, que realmente me inspira de verdade, e eu pensei no meu favorito. Foi difícil escolher um dentre tantos os meus prediletos mas ai está. 
    Hoje vamos falar do Clube dos Cinco.



    


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"...E essas crianças em que você cospe, enquanto elas tentam mudar seus mundos, são imunes às suas consultas. Elas sabem muito bem pelo que atravessam...” (David Bownie)


Brian Johnson: 


"Sábado, 24 de março de 1984. Shermer High School, Shermer, Illinois


    Caro Sr. Vernon, aceitamos ficar um sábado inteiro na detenção por causa do que fizemos de errado se é que o que fizemos foi errado, mas acho que você está louco para nos fazer escrever este texto dizendo-lhe o que pensamos de nós mesmos. O senhor nem se importa? Você nos enxerga como você deseja nos enxergar. Em termos mais simples e com definições mais convenientes. Você nos enxerga como um cérebro, um atleta, um caso perdido, uma princesa e um criminoso.
    Correto? Essa é a maneira que nós víamos, às sete horas desta manhã. 
    Passamos por uma lavagem cerebral."



    É assim que começa o filme ao som de Don't You (Forget About Me) dos Simple Minds, com o personagem Brian Johnson (até então desconhecido) falando em um texto ao Sr. Vernon (até então também desconhecido) e a cena abre com a fachada da escola de Shermer High School onde o filme inteiro acontece. 
    E dai eu digo que é onde a mágica acontece. Não que ela já não estivesse acontecendo, com a musica perfeita e essa declaração do Brian, mas é que ai então que o filme realmente acontece sem enrolações, é ai que somos apresentados aos personagens que eu julgo os mais legais de todos os filmes que já assisti. 
    O próprio Brian aparece, ao carro com a mãe e as irmãs, o nerd, o estudioso, o frequentador dos clubes de estudos, o nosso interlocutor. Logo temos a Claire Standinsh, o Andrew Clark, a Alisson Reynolds, todos sendo levados a porta da escola no carro dos pais, em um sábado pela manhã. Até que surge um ser sozinho, chegando a pé, John Bender, o cara problemático. 
    Levados até a escola ao sábado, os cinco alunos devem ter que cumprir um dia inteiro de detenção trancados na biblioteca e supervisionados pelo severo Sr. Vernon.
    São cinco adolescentes, cinco pessoas completamente diferentes um do outro e que embora não sejam desconhecidos dentre si, até porque eles se vêem pela escola, eles não tem nenhum vínculo e alguns até nutrem uma certa empatia um pelo o outro. 
    Como a Claire, classificada como a princesa e filhinha de papai, a popular e esnobe. O John como um ser rebelde, boca suja e criminoso, o Brian como o nerd estudioso, o Andrew como o atleta e a Alisson, a estranha e o caso perdido, a calada e sem noção. 
    Eles não tem ideia do que irão passar durante a detenção. Se eles tinham em mente que iriam passar um dia inteiro sentados sem fazer nada, entediados e apenas se preocupando com a tarefa dada pelo Sr. Vernon de fazerem uma redação falando sobre eles mesmos para ser entregue ao final da detenção, eles estavam muito enganados.
    O filme prova que a diversidade de seres completamente diferentes pode até ser um obstáculo para que haja entendimento, pode até gerar conflitos, o que acontece muito no filme, mas por fim, tira-se um bom aprendizado. E foi o que aconteceu.
    Com John, o cara que enlouquece qualquer pessoa sã, dando dor de cabeça para o professor Vernon e burlando várias regras, os quatro não conseguem ficar por fora e mesmo que briguem entre si eles acabam se aproximando um do outro de uma maneira estranha e completamente, eu diria, normal, como naturalmente aconteceria.
   Não é um filme de adolescentes chatinhos como vemos hoje em dia em que a televisão nos faz uma ideia de modernidade e coisas fúteis sendo entregues de bandeja. O Clube dos Cinco, apesar de ser um filme sobre adolescentes é um filme de conteúdo, não porque tem palavras difíceis ( o que definitivamente não é o caso, tem até muitos palavrões), mas porque é um clássico dos anos 80, está ali exposto a verdadeira face da juventude que mesmo que seja estrangeira ainda há resquícios hoje em dia e talvez, a própria juventude que os nossos pais viveram. 
   Eu adorei e adoro o filme do inicio ao fim. Tem várias cenas marcantes, um pouco de romance, e muita, muita bagunça. O que torna o filme divertido. Há a cena em que os cinco sentam no chão da biblioteca e resolvem se abrir um com o outro, porque eles estão ali naquele sábado e o que fizeram e ainda fazem de errado. Segundo o próprio diretor, essa cena foi completamente sem roteiro, eles simplesmente decidiram cria-la de ultima hora e fugir do que já estava escrito, e eu achei que ficou perfeita no filme. E tem também a aproximação do John com a Claire, os dois mais opostos impossiveis. E a dança deles no meio da biblioteca.
   Como eu disse, a trilha sonora é ótima, mas a musica de abertura que é em si a trilha original do filme é a que eu mais gosto. Ela toca no começo e no fim do filme, e deixa aquele gostinho de quero mais. 
    Claire apesar de ser tachada como chata e etc. é uma das personagens que eu mais gosto e não saberia dizer porque, eu curto em si a própria atriz e também como ela representa. O meu outro favorito é o próprio John, o irritante, até porque já conheci vários John's Bender por ai. E claro, eu amo o Brian, mesmo ele tendo todo aquele ar de filho querido, é esclarecido no filme a pressão que um CDF tem que passar não só pela pressão imposta pela família mas a que ele cria em si mesmo. Não que eu não goste dos outros personagens, o Andrew é legal e tudo, mas não seria alguém que eu me interessaria por conhecer. E a Alisson é legal, mas chega a dar um pouquinho de receio só de imaginar ficar cara a cara com alguém te olhando daquele jeito.
   E essa nossa empatia que alguns personagens podem gerar em nós é uma lição do filme, o preconceito com o que é diferente e considerado, anormal.
   Enfim, eu recomendo. Se você não assistiu, você precisa assistir e eu falo sério. Além de um clássico, Clube dos Cinco é um retrato muito interessante de cultura, juventude e diversão. Vale a pena! E se você já assistiu, comenta ai o que achou do filme!




Final

Brian:

    "Caro Sr. Vernon, aceitamos ficar um sábado inteiro na detenção, pelo o que nós fizemos de errado, mas achamos uma besteira o senhor mandar agente escrever um texto sobre nós mesmos. Você nos enxerga como você deseja nos enxergar. Em termos mais simples e com as definições mais convenientes.
    Mas o que descobrimos é que cada um de nós é, um cérebro, um atleta, um caso perdido, uma princesa e um criminoso. Isso responde a sua pergunta? Atenciosamente, o Clube dos Cinco."


    






Video Thailler do filme:




Curiosidade: 
Em 2008, o filme foi escolhido pela revista Empire como um dos 500 melhores filmes de todos os tempos. Do mesmo modo, o The New York Times o colocou como o seu melhor filme na lista 1000 Movies Ever. O filme também é número 1 no ranking da revista Entertainment Weekly sobre os 50 melhores filmes High School e é inquestionável que o filme serviu e ainda serve de inspiração para outras obras cinematográficas.






Annabel Laurino




segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Amanhã Você Vai Entender



Editora: Intríseca
Páginas: 222
Autor (a): Rebecca Stead
Tempo para ler: 3 dias
Preço: 24,90 



     Miranda e seu melhor amigo, Sal, estudam juntos na mesma escola e caminham juntos para casa todos os dias. Os dois conhecem bem o bairro onde vivem, em Nova York. Sabem quais são os lugares seguros - por exemplo, o mercadinho - e sabem que algumas pessoas devem ser evitadas, como o maluco da esquina.
      Um dia, porém, tudo começa a ficar muito diferente. Sal apanha de um garoto na rua, aparentemente sem motivo, e logo depois se afasta de Miranda. A chave extra do apartamento dela, que a mãe esconde na mangueira de incêncio, é roubada. E então, do nada, surge um bilhete misterioso rabiscado em um pedaço de papel:




Estou indo salvar a vida de seu amigo e a minha.
Peço dois favores.

Primeiro, você precisa me escrever uma carta. 



    Outras mensagens continuam a chegar e Miranda percebe que quem as escreve sabe de coisas que ninguém deveria saber. A cada bilhete ela fica mais certa de que é a única pessoa capaz de evitar uma tragédia. até o último, quando parece que já é tarde demais.
    Amanhã você vai entender é uma história singular, que se passa no mundo real, mas tem como centro um enigma para lá de fantástico. É uma experiência original, brilhante e profundamente prazerosa.



***

    
    Capa linda, não? Pois é, adorei ela e foi justamente isso que fez eu me abraçar (literalmente) ao livro quando eu o comprei. Claro que jamais que eu compraria um livro apenas pela capa, mas a apresentação é tudo e eu tenho que dizer que essa capa ficou muito legal.
    A história do livro se passa em 1970, (viva os anos 70!) em Nova York (cidade dos sonhos). E isso é amazing, sem mais. Eu realmente comecei a simpatizar com o livro só com essas informações iniciais e quando eu percebi que se tratava de um suspense mesclado com aquele mistério e um pouco de ficção cientifica, eu amei.     
    É bem o estilo de livro que eu priorizo na minha estante, primeiro porque é o tipo de livro que te faz pensar, e muito. E depois que é o tipo de livro que mesmo sendo pequeno é cheio de conteúdo, bem escrito e com um time tão perfeito que enquanto você não devorar as 222 páginas não sacia a sede de saber o que acontece no final.
    Eu admito que não dava tudo isso ao livro antes de lê-lo. Não sabia o rumo da história e também nem desconfiava que fosse gostar tanto, o sentimento que eu fiquei depois que terminei, foi de que eu queria que houvesse mais livros como esses espalhados por ai.
    Miranda é uma menina de 12 anos que tem uma vida muito normal, ela mora em uma rua normal, em uma casa normal, uma vida normal. A mentalidade dela eu julgo por durona e inteligente, perspicácia e muito genial. Ela é bem diferente de uma menina de 12 anos comum, e isso a diferencia de imediato. O seu melhor amigo é um menino e ela é incrivelmente sábia para apenas uma garotinha. 
    O estilo da história é tão legal que eu achei que estava dentro de um daqueles longas americanos dos anos 70 onde tudo é como realmente é, a arte imitando a vida e ao mesmo tempo não é nada daquilo que você está pensando, e isso te surpreende de uma forma que faz você ficar boquiaberto.
    O suspense do livro é como um quebra-cabeça. As respostas das perguntas de Miranda estão exatamente embaixo de seu próprio nariz, mas nem ela e nem mesmo o leitor, conseguem perceber isso.
    Tudo muda de um dia para o outro, então o Sal, seu melhor amigo, para de falar com ela após briga onde vários meninos bateram nele, e que ela presenciou. Com mais ninguém para conversar Miranda dá uma chance a uma amizade com outras meninas para que possa se distrair. A sua mãe participa de um reality show dos anos 70 para faturar uma grana e tudo isso acontece enquanto estranhos e misteriosos bilhetes vão chegando em lugares inimagináveis e onde ninguém poderia coloca-los, mas que estão lá, perto de Miranda, para que ela leia e possa entender o que vai acontecer no futuro, avisos enigmáticos simplesmente. Isso mesmo, os bilhetes a avisam a respeito de acontecimentos futuros e essa é a parte 'futurística' da história. A viagem no tempo.
    Eu amei isso! Eu simplesmente queria beijar a escritora e dizer que eu fiquei feliz demais quando eu soube disso. Eu amo assuntos relacionados com viagens no tempo e coisas assim, e esse em si me deixou grudada ainda mais no livro. E amei ainda mais ou outros personagens como Anemarrie, Colin, a lanchonete do Jimmy, a Rodete e até mesmo a Julia. Todos muito singulares. 
    O final é surpreendente, faz realmente jus ao título do livro. E eu tenho certeza que qualquer um que ler vai adorar as personagens, a história, o enredo e o cenário onde tudo isso se passa. É adorável. O School Library Journal acertou quando disse que este livro irá encantar todo tipo de leitor. 





"O tempo é como um anel todo cravejado de brilhantes
- sem começo nem fim.
cada pedra, um momento."





Annabel laurino

Lonely Hearts Club




 Editora: Intríseca 
Páginas: 238
Autor (a): Elizabeth Eulberg
Tempo para ler: 2 dias
Preço: 29,90 (Vanguarda)


    "Eu Penny Lane Bloom, juro solenemente nunca mais namorar enquanto viver.
    Tudo bem, talvez eu reconsidere essa decisão em dez anos, ou algo assim, quando não estiver mais morando em Parkview, Illinois, nem frequentando a escola McKinley, mas, por hora, não quero mais saber de garotos. São todos a escória da humanidade, mentirosos e traidores. 
    Sim, todos eles. A essência do mal.
    Claro que alguns parecem ser legais, mas assim que conseguem o que querem, dão o fora em você e partem para o próximo alvo. 
    Então cansei. 
    Chega de namorar.
    Fim."

***

    Penny Lane Bloom cansou de ser magoada e decidiu: homens são o inimigo. Exceto, claro, os quatro únicos caras que nunca decepcionaram uma garota - John, Paul, George e Ringo.
    E foi justamente nos Beatles que ela encontrou a resposta à altura de sua indignação: Penny é fundadora e única afiliada do LONELY HEARTS CLUB - o lugar certo para uma mulher que não precisa de namorados idiotas para ser feliz. 
    O clube, é claro, vira o centro das atenções da escola McKinley. Penny, ao que tudo indica, não é a única aluna farta de ver as amigas mudarem completamente (quase sempre para pior) só para agradar aos namorados, e de constatar que eles, na verdade, não estão nem aí para elas. 
    Agora, Penny é idolatrada por dezenas de meninas que não querem enxergar um namorado nem a quilômetros de distância. Jamais. Seja quem for. Mas será, realmente, que nenhum carinha vale a pena? 

    Love is all you need... 
Ou será que não? 


***

   Eu vou ter que admitir, comprei o livro por causa dos Beatles. Mas fala sério! Retrata justamente o meu album favorito (com um porém na capa), que para quem não sabe ou não é fã dos Beatles, Sgt. Papper's Lonely Hearts Club Band é de fato um dos álbuns dos Beatles (novamente, o meu favorito ever).



   

    Então, estava eu procurando livros na internet até que eu encontro esse e me deparo com a história, foi amor a primeira vista, eu tive um troço, eu tinha que ler.
Não só porque fala dos Beatles, mas sinceramente foi um grande motivo que me impulsionou a ler. E quer saber? Eu curti bastante. A história é bem teen, com aquela coisa fofa de escola americana, amigas adolescentes com seus corações partidos e suas mágoas ressentidas, tudo muito light, o que torna a leitura divertida. 
    O livro em si é lindo, tem várias frases de musicas do álbum espalhadas nos capítulos que antecedem a história, frases numa folha única e junto com a tradução, e logo o conteúdo que em si é bem legal, todo cuidadosamente produzido com um carinho transparente. É um livro bem escrito de uma escritora nova e que teve uma iniciativa muito bacana. Ela mesclou Beatles com o que sabia de melhor, criar histórias românticas para adolescentes. 
    Senti uma baita inveja da personagem com o nome de uma das musicas (uma das minhas favoritas) dos Beatles, Penny Lane. Aliás, eu queria muito ter um nome de uma musica deles, sei lá, Julia, Lucy, Michelle, Rita... Mas, enfim, eu adorei a história do inicio ao fim porque é uma história cativante de uma verdadeira fã falando diretamente para uma verdadeira fã que certamente está lendo o livro. 
    Penny é uma personagem bem legal - tudo bem que eu tive vontade de estrangular ela em alguns momentos, com essa história toda de no boyfriends -, tem amigas hiper divertidas e o Ryan é o maior fofo. 
    Eu super recomendo, não só para quem é fã da banda, mas porque é uma história animada com um fundamento que todo mundo já passou né, vai dizer. Quem nunca não quis desistir da vida amorosa de uma vez por todas? Pois é, a Penny também. Eu também, aliás. Acho que todos nós um dia já nos desiludimos com a história de encontrar a nossa metade da laranja...
    Lonely Hearts Club é uma leitura saudável e que vai arrancar suspiros das fãs e cativar aqueles que até mesmo nem conhecem os Beatles. 
    Ótima leitura para as férias ao lado de um Brownie de chocolate e um cappuccino, nhán.
   

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    "Eu me sentia perdida. Precisava me esconder. Fugir. 
    Só havia uma coisa que eu podia fazer para aliviar a dor. Recorri aos únicos garotos que nunca tinham me decepcionado. Os únicos caras que nunca partiram meu coração, que nunca me desapontaram.
    John, Paul, George e Ringo.
    Qualquer um que já tenha se agarrado a uma música como um bote salva-vidas vai entender. Ou alguém que tenha colocado uma canção para aflorar um sentimento ou uma lembrança. Ou que tenha uma trilha sonora tocando em sua mente para embalar um diálogo ou uma cena."
      (in página 19)



Nota: 4 / 5   



   Annabel Laurino



quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Filha da Floresta - Trilogia Sevenwaters (Livro 1)





Editora: BUTTERLFLY EDITORA
Páginas: 608
Autor (a): Juliet Marillier 
Tempo para ler: 3 dias
Preço: 39,90 (Vanguarda)

  

    "(...) Aquele era nosso local de ritual, aquelas árvores guardavam em seus corações a história de nossas vidas, acompanharam nosso crescimento e agora estavam para presenciar o maior mistério que já tínhamos enfrentado. 
    O primeiro raio de sol surgiu no céu. Conor olhou para o sul e ergueu a vara de bétula diante de si.
    - Criaturas do fogo, velozes salamandras - invocou. - Crianças das chamas que purificam de propósito benéfico, nós as saudamos!
    O ar pareceu se mover, a luz pareceu mais brilhante, mas a névoa ainda envolvia a clareira.
    Liam ergueu a vasilha de água, grandes sábios, guardiões dos mistérios, nós os saudamos!
    Finbar se virou para o norte, onde as rochas abriam caminho entre as árvores. Suas mãos longas seguravam a pedra.
    - Habitantes do solo, conhecedores dos grandes segredos e da verdade; sábios e valorosos, honramos sua presença.
    - Agora, Sorcha - disse Conor. 
    Olhei para as grandes árvores a minha frente no lado leste. Peguei o sabre e fiquei em pé entre as flores.
    - Silfos da floresta - sussurrei - espíritos dos carvalhos, das faias e dos freixos, dríades das sorveiras e das castanheiras, ouçam-nos. Vós que nos guardam e protegem com vossos troncos e galhos, nós os honramos. Dama da Floresta, bela dama do manto azul, venha a nó neste momento de desespero e escuridão. Venha a nós, eu peço.
    Cravei a faca no chão, virando-me para voltar ao nosso círculo. A névoa começou a se dissipar com a chegada do dia. Ficamos em silêncio, com as cabeças baixas, em sinal de reverência. O círculo não podia ser quebrado. Esperamos enquanto o céu passava de cinza para azul e a névoa se dissipasse totalmente..."


    "O domínio de Sevenwaters é um lugar remoto, estranho, guardado e preservado por homens silenciosos e criaturas encantadas, além dos sábios druidas, que deslizam pelos bosques vestidos com seus longos mantos...

***

    Passada no crepúsculo celta da velha Irlanda, quando o mito era lei e a magia uma força da natureza, esta é a história de Sorcha, a sétima filha de um sétimo filho, o soturno Lorde Colum, e dos seus seis amados irmãos, vitimas de uma terrível madição que somente Sorcha é capaz de quebrar. Em sua difícil tarefa, imposta pelos Seres da Floresta, a jovem se vê dividida entre o dever, que significa a quebra do encantamento que aprisiona seus irmãos, e um amor cada vez mais forte, e proibido, pelo guerreiro que lhe prometeu proteção."



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    Eu descobri Filha da Floresta completamente por acaso. Estava eu a passear na livraria com aquele vicio consumidor no peito, e eu lembro de estar bem cansada de um tipo de leitura que eu estava lendo na época, dai eu me deparei com ele na prateleira. Nunca tinha ouvido falar do livro, mas esse verde lindérrimo da capa me lembrou muito a Irlanda (que é um dos países que eu mais amo) e eu não contive só em ficar olhando, peguei ele e me sentei para dar uma olhadinha. Eu amei a diagramação, e tem até um mapa para que o leitor possa compreender melhor a história, que eu achei um tantinho só confusa de primeira impressão, e logo a própria autora fez uma nota com a descrição de nomes e termos do Irlandês Gaélico antigo que são usados no livro várias vezes, então para o leitor não se perder, ela usou desse artificio que eu achei muito legal! Mas enfim, eu peguei o livro e comecei a ler as primeiras páginas e me encantei, só não pulei de felicidade ali mesmo porque iriam me achar uma louca ao extremo. Ele era exatamente o tipo de livro que eu estava procurando, exatamente o tipo de história que eu precisava ler!
    O que eu posso dizer? Eu me apaixonei. O livro é rico de uma escrita fascinante e perfeita, a escritora enriqueceu o livro com o melhor do Irlandês Gaélico, que para quem não sabe é a lingua falada na irlanda antes de os ingleses invadirem a ilha da irlanda, na idade média, mas não com a lingua propriamente dita, ela preencheu a história com a cultura irlandesa antiga e todas as suas tradições. Os personagens são muito bem criados e a história é mágica do inicio ao fim. 
    Sorcha é a sétima filha de um sétimo filho. Ou seja o pai de Sorcha, Lorde Colum tinha seis irmãos, e por conta era o sétimo filho, assim como a sua filha Sorcha veio a ser. Só que a mãe de Sorcha morreu quando lhe deu a luz e inconformado, Lorde Colum nunca mais foi o mesmo. Sorcha possui seus seis irmãos,  Finbar, Padriac, Diardmid, Cormack, Conor e Liam. Cada um diferente do outro, cada um com um talento especial para alguma determinada atividade, assim como a própria Sorcha que possui uma familiaridade desigual com as plantas, árvores e flores e lida muito bem para cuidar de enfermos com suas ervas medicinais que ela própria cultiva. 
    Lorde Colum após a morte de sua amada esposa se tornou um homem severo e duramente frio para com sua família, mas jamais deixando de cumprir com suas responsabilidades em suas terras (tratasse de uma história da idade média e Sevenwaters é um território fechado, como uma aldeia) e cuidando para que soldados estivessem a postos sempre bem treinados para defender as terras de bretrões indesejáveis enquanto ambos disputavam pela Pequena Agulha, uma ilha pequena das proximidades. Época onde vikings ainda existiam e druidas eram sábios que caminhavam pela terra silenciosamente entre as árvores.
    Sorcha narra a história e isso faz com que você entre ainda mais dentro do enredo incrivelmente mágico. Ela começa com algumas lembranças sobre quando era pequena, sempre a mais nova de seus irmãos. Até que ela estarrece ao ponto onde tem 12 anos de idade. As reflexões por sentir que seu pai sempre que a olha lembra-se de sua mãe e por isso a trata com tanto afastamento e rigidez.
    A vida em Sevenwaters é boa e tranquila até que um dia tudo muda. Sorcha é apresentada a sua nova madrasta, uma mulher fria e calculista que parece compreender os âmagos e segredos de cada um e entrar nos mais profundos pensamentos de quem quer que seja, Lady Oonagh, uma feiticeira, bela como o dia, mas com um coração negro como a noite. Oonagh conquista Lorde Colum com os seus sedutores estratagemas, mas não consegue encantar a prudente Sorcha. 
   O time da história é perfeito e alucinante, tudo ocorre muito rápido e a leitura é ainda mais rápida fazendo com que você queira devorar o livro em segundos só para chegar logo ao final.
   Lady Oonagh casa-se com seu pai e logo após o casamento tudo se transforma, animais morrem e as plantas de Sorcha começam a murchar. Seu pai torna-se um homem cego diante do que aconteceu aos seus olhos e Sorcha e seus irmãos decidem reverter essa situação com o que eles sabem melhor desde que nasceram, recorrer as forças da natureza.
   Tudo muda rapidamente. A escritora afirma que para criar a história inspirou-se no conto germânico dos irmãos Grimm, Os Seis Cisnes. E por isso, assim que Sorcha e seus irmãos recorrem a força das dríades e os espíritos da natureza, Lady Oonagh é mais rápida e com seu poder de feiticeira invoca uma maldição sobre os seis irmãos de Sorcha transformando-os em cisnes. 
   Com a maldição imposta, os seis cisnes ficarão nessa forma animal por seis meses a cada um ano, trocando apenas duas vezes a cada solsticio para a forma humana. Sorcha, desesperada recorre a Deusa da Floresta e pede socorro para reverter o encanto. E com isso, Sorcha entra em uma missão horrível, dolorida e brutal para salvar seus irmãos da terrível maldição que não só prejudica a eles como a todos, o seu pai e toda a sua aldeia de Sevenwaters. 
    Sorcha deverá ficar muda até que termine a tarefa e não pode contar a ninguém o que está fazendo. Deve tecer seis camisas, uma para cada um de seus irmãos feita de uma planta com espinhos que cortará suas mãos e as fará sangrar dia e noite, mas ela não poderá gritar de dor e nem emitir som algum. Sorcha deverá ser forte acima de todas os obstáculos que a esperam, inclusive o rompimento de sua inocência tão brutalmente tirada de si mesma, a dor e a saudade, a injustiça imposta pela feiticeira. 
   Por uma incrível aventura, ela encontrará um bretrão, inimigo trajado de suas terras, que a socorrerá quando mais precisar e a levará além do mar. O destino traçará caminhos e essa aventura fica longe de ser entediante ou difícil de acompanhar. 
    Tudo que Sorcha precisa fazer é salvar seus irmãos até que o tempo acabe. Para isso precisará de ajuda, e essa ajuda será mais do que bem vinda, ela poderá se transformar no verdadeiro amor de sua vida embora seja o amor mais proibido que ela poderia encontrar. 


    



A nossa força vem dessa magia, da terra e do céu, do fogo e da água. Voai alto, nadai profundamente, dai à terra o que ela vos dá...


— Creio que estás a ser demasiado duro — disse o padre Brien, mas falou bondosamente. — Ainda não conheces a espécie de amor que ataca como um relâmpago; agarra-se ao coração, tão irrevogavelmente como a morte; torna-se a estrela pela qual te orientas o resto da tua vida. Não desejo esse amor a ninguém, homem ou mulher, porque pode tornar a vida um paraíso, ou destruí-la. Mas está na natureza da vossa família viver um amor assim.
    


    Eu poderia escrever muito mais a respeito, mas é complicado quando amamos muito um determinado livro e logo, difícil para descreve-lo. Eu só consigo pensar que ele é ótimo e realmente perfeito, que todos que gostam desse estilo de livros medievais, com druídas e florestas, fadas e magia e amor, deveriam lê-lo. Eu não esperava que fosse gostar tanto assim. A escrita é perfeita e instigante e eu me vi realmente tocada por cada página dessa história. Me lembrou muito de contos de fadas onde o bem luta contra o mal e tão irrevogavelmente deve-se passar por grandes dificuldades para crescer ao longo da história e conseguir merecer pela conquista tão sonhada. 
    Não trata-se de um livro comum, pode até não ser um grande best-seller mas é um livro altamente bem escrito e muito bem formado que realmente vale a pena ser lido. Eu super recomendo.
    Já estou aguardando as continuações ansiosamente!



    Nota: 5/5


Annabel Laurino

    

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Por isso A Gente Acabou



    Editora: Cia. Das Letras
    Páginas: 368 
    Autor: Daniel Handler 
    Ilustração: Maira Kalman
    Tempo para ler: 3 dias e meio
    Preço: 34,50 ( submarino )




    Se houvesse um prêmio que pudesse ser entregue ao escritor mais criativo eu o entregaria ao Daniel Handler sem nem ao menos pestanejar, porque fala sério, Por Isso A Gente Acabou é incrivelmente criativo e além de tudo, cativante enquanto se torna ao mesmo tempo um tanto triste. 
    Já vinha algum tempo que eu estava namorando esse livro nas livrarias, mas eu nunca comprava, achava ele muito lindo e a história instigante, mas como eu tinha uma lista imensa de séries para completar eu sempre ia lá e comprava o volume de alguma e não comprava ele. Até que um dia uma amiga minha, a queridíssima Bianca me deu de presente no meu aniversário. Devorei ele em 3 dias.
    Por Isso A Gente Acabou segue a linha de livros que eu geralmente curto, é um romance com um toque extremamente cativante, com um diferencial muito incrível e ao mesmo tempo com aquele quê de drama (mas sem que me faça cortar os pulsos).
    Para quem não sabe Daniel é o mesmo escritor da série Desventuras em Série que até possui o filme, (será um dos próximos livros que irei falar), muita gente nem desconfia disso porque o Daniel usou um pseudônimo de Lemony Snicket para contar suas histórias da série Desventura. 
    Mas, vamos ao que interessa. 
    Tudo começa com uma caixa azul. Isso mesmo, uma caixa. 



"Duas tampinhas de garrafa,
um ingresso do filme Greta em fuga,
um bilhete seu,
uma caixa de fósforos.
o seu transmissor,
o livro da Joan,
um açucareiro roubado.
um caminhão de brinquedo,
aqueles brincos horríveis,
um pente de motel
e todo o resto.



É isso Ed. 
Foi por isso que a gente acabou."

        Nossa personagem principal chama-se Min Green. Min é uma adolescente comum que ama (idolatra) filmes antigos e os usa em contraste com a realidade em sua volta. Eu gostei muito da Min, quer dizer, ela pareceu completamente real enquanto eu lia e me surpreendi demais ao constatar que Daniel é um homem muito mais velho e ao mesmo tempo que eu lia realmente não parecia que essa personagem adolescente saiu da mente de um homem mais velho. Mais um ponto para esse escritor tão criativo.
     Min tem uma vida comum, com a escola, com seus filmes e seus amigos e as idas a lanchonete de sempre quase todos os dias. Ela parece ser do tipo de pessoa cultural, por isso é nomeada pelas pessoas a sua volta de "a garota das artes", o que ela não concorda, mas no fundo você acaba pensando que sim, ela é muito das artes. 
    A história começa com a caixa sendo entregue ao Ed, o seu ex-namorado. A caixa acima é retratada no livro assim como todos os outros objetos listados, isso porque eles são ilustrados pela ilustradora Maira que não só fez um trabalho excelente como também deixou a história ainda mais interessante e sim, cativante. 
    Somos levados para as lembranças de Min, é assim que a gente entra na história e de como tudo aconteceu para que a Min e o Ed terminassem. O que parece um pouco triste, a gente começa sabendo o fim, que tudo acabou. Mas por que eles acabaram? Como aconteceu? E é isso que instiga a ler esse livro, a entender um fim de um relacionamento, a compreender como as coisas realmente degringolam. E falando sério, quem nunca passou por isso, não é mesmo? Quem nunca passou por uma desilusão amorosa e depois morreu de raiva de tudo que aconteceu? Com a Min não foi diferente, mas a maneira dela de descontar a sua raiva com o término do namoro foi simplesmente entregando essa caixa ao Ed, essa com os objetos que marcaram a história, os objetos que serão o inicio de cada capitulo do livro e que não estão ali a toa, eles nos levam ao ponto exato do porque tudo teve um fim.

   "Caro Ed,
    
    Daqui um segundo você vai ouvir o tump. Na porta da frente, aquela que ninguém usa. Quando ela tocar no chão, vai balançar as dobradiças, porque é pesada e importante, e vai ter esse outro barulho junto com o tump, e a Joan vai tirar os olhos de seja lá o que ela estiver cozinhando. Ela vai olhar para a panela de novo, preocupada, porque, se for até a porta para ver o que é, vai cozinhar demais. Eu a vejo franzindo a testa no reflexo do molho borbulhante ou seja lá o quê. Mas ela vai ver, ela vai. Você não, Ed. Você deve estar no andar de cima, suado, sozinho. Você devia estar tomando banho, mas está de coração partido na cama, eu espero, por isso é a sua irmã, a Joan, que vai abrir a porta mesmo que o tump seja para você. Você nem vai saber o que é nem vai ouvir o que está sendo jogado na sua porta. Você não vai nem entender o que aconteceu.
    O dia está lindo, ensolarado e tudo mais. É daqueles dias em que você acha que tudo vai dar certo etc. Não era o dia para isso, nem para nós, que saímos de 5 de outubro a 12 de novembro. Mas já é dezembro e o céu está claro, assim como tudo agora está claro para mim. Estou contando porque a gente acabou, Ed. Estou escrevendo, nesta carta, toda a verdade sobre o que aconteceu. E a verdade é que, porra, eu te amei demais." (in página 9)
  
     O sofrimento com o rompimento é claro ao longo da história. Min é uma adolescente de 16 anos e realmente namorar o Ed Slaterton não estava nos seus planos. Para começar o Ed é o oposto da Min, jogador de basquete e o cara sensação da escola onde muitas meninas babam por ele. E Min nunca assistiu a um jogo de basquete se quer, muito menos pensou em gostar do Ed. Até que um dia eles conversam na festa de aniversário do melhor amigo de Min, o Al, onde a festa é chamada de Dezesseis da Amargura. 
    Ed Slaterton não é um personagem que eu julgo gostar, na verdade é o tipo de cara que eu não gostaria caso eu tivesse a oportunidade de conhecer. É o tipo de cara que bebe uma cerveja com os amigos para parecer descolado e namora muitas garotas para nunca parecer que está sozinho, que dirige um carro para ser bacana, que joga basquete para ser esportivo. É como uma etiqueta ambulante demonstrando seu alto valor. Mas no fundo, sem conteúdo algum. Não há no livro nenhuma impressão errada de qualquer personagem, é isso que da graça a história, é você mesmo que tira as conclusões. O Ed não é um vilão, ele é um adolescente comum, que estuda em uma escola comum e deu o caso de namorar a Min, o oposto dele.
   Todos os personagens são legais, o Al é o meu favorito. Isso porque ele me deixou com água na boca e com muita vontade de xingar o Daniel por não ter deixado a história se estender nem que fosse só mais um pouquinho. Ficou clara durante a história o interesse do Al pela Min, mas isso ficou completamente subtendido, afinal o lance do enredo é a Min e o Ed, e porque eles acabaram. Mas confesso que fiquei triste quando não surgiu nem uma iluminação do Al se declarando pela Min e reticências, reticências. 
    Como eu disse, cada capitulo inicia-se com uma ilustração de algum objeto que marcou a história e que está dentro da tal caixa azul onde a Min guardou cada um deles e depois, com o término do namoro, fez questão de entregar ao Ed.  

     

    A irmã do Ed é a Joan. E além do Al, é uma das minhas personagens mais queridas da história. A Joan vive cozinhando e está sempre inventando umas coisas loucas na cozinha. Ela é quase formada em cinema, e o tal livro que inicia o capitulo (as vezes aparece ilustração ao final de um capitulo também), é o livro que a Joan empresta para a Min. 



O açucareiro roubado.


    Mais a frente tem outros personagens, claro, como as outras amigas da Min, a Lauren e a Jordan. Também a estrela de cinema Lottien Carson, da qual a Min e o Ed perseguem após a saída do filme Greta em Fuga, achando que a tal Lottie que interpreta a Greta é realmente uma velha senhora que sai da sessão e vai descendo a rua. Desde a tal desconfiança dos dois eles programam homenagear a tal senhora que a Min apenas desconfia que é a Greta do filme com uma festa no parque e uma comida especial chamada Surpresa de Caviar, onde é um iglu de ovos quadrados. Isso é um tal substancial da história ao longo dos capítulos. 

"Suspirei e apontei o caminho. Eu te dei uma aventura, Ed, estava bem diante do seu nariz mas você não viu até eu ter que chamar a sua atenção, e foi por isso que a gente acabou."

"- Qual é a sua de filme antigo?
- Como assim?
- Como assim? Você mistura filme antigo com tudo. Aposto que está pensando em outro agora."


    Por Isso A Gente Acabou é uma leitura leve e rápida, a grossura do livro se dá as várias ilustrações, mas ao todo a história é bem pequena. Novamente, é um livro perfeito para ser lido nas férias. Quando eu li, eu fiquei um tanto tocada pela perfeição dos detalhes e a dedicação com que o autor nos apresenta a história. É um livro diferente de um escritor fantástico. Ele quis inovar e realmente conseguiu. Não é um livro que me fez ficar apaixonada durante horas pensando em cada personagem ou que me fez emocionar pela história, mas sem duvidas é um livro mágico que me tocou bastante, pelos objetos da caixa, pela frustração da Min e como ela passa a contar a história nos levando a um final que a gente já sabe que existe, mas não temos nem ideia de como aconteceu.







    

   Leiam Por Isso A gente Acabou. É Mágico. É cativador. Vale mergulhar nessa experiência unica de ilustrações incríveis e uma história completamente bem escrita e criativa. Da saudade depois. Pena que realmente acaba.



Avaliação: 4.5/5




Annabel Laurino.