terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Lola e o Garoto da Casa ao Lado



    Editora: Novo Conceito
   Páginas: 288
   Autora: Stephanie Perkins
   Tempo para ler: 2 dias
   Nota: 4.5 / 5 
   Preço: 27,90 na Vanguarda (com cartão fidelidade)
   




    Depois da estreia da Stephanie Perkins com Anna e o Beijo Fracês (cuja a resenha já está nas postagens muito anteriores), não é mais novidade de que a própria Stephanie se tornou uma das minhas escritoras favoritas, com o poder de fazer histórias criativas de uma maneira muito simples. 
    Assim que estreou no Brasil o Lola e o Garoto da Casa ao Lado eu praticamente não conseguia pensar em ler qualquer outro livro que não fosse esse, eu precisava ler! A curiosidade era imensa e a ansiedade maior ainda. Anna e o Beijo Francês havia se tornado um dos meus livros favoritos, realmente marcando um grande momento da minha vida e eu mal podia esperar se o sentimento pelo Lola seria o mesmo. 
    Eu não vou mentir, não curto muito livros água com açúcar e historinhas de drama e amores impossíveis que sempre morre alguém e acontece aquela coisa meio blá que chega na metade da história e todo mundo já sabe o final. Eu curto sim livros mais romantizinhos mas nada adolescente demais ou dramático a ponto de cortar os pulsos. 
    Assim que eu peguei Lola nas mãos e li a primeira frase eu senti que o livro ia ser realmente bom. E não foi diferente. 
    A gente vê pessoas diferentes por toda parte por ai. Gente de cabelo colorido, roupa rasgada, cada figurino! Tem gente que curte ser diferente e se destacar, mostrar seu estilo sem medo do que realmente as pessoas vão pensar a respeito, o importante mesmo é estar sempre brilhando em meio a multidão. Com a Lola isso não é diferente, aliás, é o literal de brilhar. Lola ama roupas extravagantes e não perde um dia se quer sem ousar nas suas produções que ela mesma faz. Perucas de Cleópatra à lantejoulas e paêtes, roupas com cores fortes e iluminadas e sapatilhas de balé de verdade. 
    Lola é uma garota que gosta de ser diferente e tem tudo para realmente ser. Vive com seus dois pais, Andy e Nathan. Sim, dois pais homens, um casal de gays. Mais uma coisa incrível da Stephanie, ela realmente inovou nessa história e fez algo que eu não esperava mas simplesmente adorei! Os pais de Lola são aparentemente muito legais e parecem absurdamente normais, no sentido que a autora não poderia ter acertado melhor na descrição e criação deles, ela inovou ao por um casal gay e acertou em cheio, mas nem por isso quis criar algo absurdamente gay ou que imitasse a imagem de casais homossexuais que vemos na televisão. Por isso, Lola é adotada, na verdade, um de seus pais é seu tio de sangue mesmo, Nathan, isso porque a mãe de Lola, Norah, que vive nas ruas e enfrenta problemas na vida, não pode cuida-la passando a guarda para o seu irmão que acabou sendo o pai de Lola assim que resolveu adota-la ao viver junto do Andy. 
   A melhor amiga de Lola é Lindsey uma aspirante a investigadora profissional e que eu realmente gostei, só achei que talvez a Stephanie poderia ter investido mais nela, mas tudo bem. A história em si é bem densa por vários motivos e acho que por isso a querida Lindsay ficou um pouco por fora.
    Tudo começa com a Lola apresentando seu atual namorado na história, o Max, com tatuagens e um jeitão de punk que tem uma banda louca de rock chamada Anfetamina e parece ser bem estiloso, aliás isso é o que a Lola mais ama nele, o seu estilo perturbável de se vestir e que ao que parece não agrada nem um pouco aos seus pais. Max tem 22 anos enquanto a Lola tem seus 17. O que para eles é um bom motivo de implicar levando em conta que os pais de Lola não confiam nem um pouco em Max.
   A história começa bem de um jeito light, Lola tem sua Golden Retriever, a Betsy, eles moram em uma casa verde hortelã de estilo vitoriano de Bisa Dolores no bairro do Castro, um sub-bairro de Eureka Valley em São Francisco. Seus pais são incrivelmente apaixonados um pelo outro, Lola está nas suas férias e o seu relacionamento no seu trabalho de meio período no cinema da cidade vai tudo bem, até que um caminhão estaciona ao lado da sua casa, em frente a casa de cor lavanda, a tão conhecida casa cor de lavanda. Um caminhão de mudanças. Um caminhão anunciando novos moradores ou moradores antigos regressando ao velho lar.
    A vida de Lola nunca mais será a mesma desde aquele dia.
    Nos vemos arrastados ao longo da história que se torna muito contagiante e deliciosa. Somos apresentados os irmãos Bell. Cricket e Calíope Bell. 
    Lola começa contando como tudo começou, a sua apatia pela Calíope e sua perfeição de infância, e como ela cresceu ao longo dos anos depois que elas nunca mais foram as mesmas amigas que brincavam de bonecas e como Calíope entrou na carreira de patinadora profissional e se afastou completamente junto com a sua família que a seguiu por toda parte conforme ela deveria fazer suas competições. Até então a volta de Calíope não representava nada além de uma certa frustração, nada fora do normal, nada tão horrível assim. Mas já Cricket é outra coisa. 
    Desde que eram pequenos e um beijinho infantil havia feito com que os dois se aproximassem Lola nunca mais esqueceu seu amor de infância e nem que em frente a janela do seu quarto havia também a janela do quarto de Cricket, onde ela poderia vê-lo sempre, onde eles conversavam, trocavam ideias, vários dias, várias horas. Até que um dia, de repente e sem muitas explicações ele simplesmente fora embora.
    Cricket Bell é um personagem completamente curioso e que eu adorei desde o começo, porque não consegui não gostar dele por nenhum motivo. Lola o descreve como muito alto e muito magro com uma leveza de caminhar admirável. Ele vive aprofundado em suas engenhocas porque vive construindo alguma coisa com parafusos e brocas, um engenheiro completamente habilidoso com suas mãos longas e ágeis. Cricket é fofo e tímido, mas ao mesmo tempo que é completamente atraente e singular. Escreve anotações de coisas que não deve esquecer na mão e usa pulseiras coloridas e roupas sutis mas ao mesmo tempo elegantes. É como se ele fosse uma criatura incrivelmente estranha mas mortalmente incrível. 
    Assim que Cricket volta, Lola se vê impelida ao seu passado com as conversas com que tinham juntos e a familiaridade de ver a luz acessa do quarto de Cricket acessa. Tudo muda quando o garoto da casa ao lado resolve voltar. E ele parece voltar para ficar. 
    Cricket estuda na faculdade mas não fica no Campus nos finais de semana, por isso quando volta Lola é obrigada a vê-lo lá, do outro lado da sua janela, muito próximo, e automaticamente ela lembra-se da intimidade que eles estavam construindo até que um dia ele partisse do nada. 
    A história passa por um desenrolar de coisas que aconteceram e como elas vão refletir nos sentimentos da personagem agora que o motivo desses sentimentos um dia terem existido estão ali, do outro lado da sua casa. E Lola só sabe de uma coisa, que ela não consegue viver sem Cricket.
   Uma das coisas que amei no livro é a surpresa deliciosa que a Stephanie nos reserva porque afinal, os companheiros de trabalho da Lola no cinema nada mais são do que a própria Anna e o St. Clair!!! (pausa dramática de felicidade). 
   Eu fiquei muito feliz porque achei que a escritora acertou mais uma vez em cheio. E isso fez com que eu realmente amasse ainda mais a história, afinal, eu pude ver os meus personagens principais em uma outra história mas como se ainda existissem. 
   Lola é um livro cativante e inesquecível de todas as formas, a autora vibra nos detalhes e cresce ainda mais quando cria um cenário e coloca nele personagens únicos. É em si uma leitura leve e rápida. Com a Lola como uma personahem principal unica (e eu a amei ainda mais por ela ser vegetariana, como eu!) e Cricket Bell também, eu realmente não teria como não amar. Sem contar que eu realmente gostei bastante do desfecho e de como tudo acaba acontecendo, logo depois que a Lola acaba tendo crises no seu namoro com o Max e o Cricket ali literalmente ao seu lado. E mais a sua confusão de sentimentos reprimidos, a volta de sua mãe e... Não vou contar o resto! Haha
    Enfim, não preciso nem afirmar que eu super recomendo, não é mesmo? Lola e o Garoto ao lado é um livro que realmente cativa qualquer um, é perfeito para ser lido nas férias com um suquinho gelado e refrescante (ou um chá de hortelã quentinho) ao lado. Eu tenho certeza que qualquer uma garota que leia vai se inspirar no estilo brilhante da Lola! A unica parte triste é que eu realmente senti muita saudade do Anna e o Beijo Francês e tenho que admitir: Lola é ótimo mas não conseguiu tirar o posto do Anna em nenhum momento. St. Clair será eternamente o meu personagem mais desejável em quesito de livros de romance! 
    Espero que tenham gostado da resenha. E estão esperando o que? Corre lá e leia Lola e o Garoto da Casa ao Lado!




Annabel Laurino

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