segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O Vampiro Lestat - Anne Rice.

Editora: Rocco
Escritora: Anne Rice
Paginas: 467
Lido em: 7 dias
Preço: Comprei por R$ 10,00 – No submarino.


    Lendas vampirescas monstruosas e sanguinárias que acompanham o decorrer do desenvolvimento humano durante séculos antes de nossas gereções. Eles existem? Eles realmente andam em meio á nós? Os vampiros?
    Bem, parece que Anne Rice está muito preocupada em nos responder as tais perguntas que nos deparamos quando a palavra Vampiro flutua em nossa mente, e faz isso muitíssimo bem.
    As Crônicas Vampirescas de Anne Rice são muito mais do que livros de histórias que irão ficar na sua prateleira durante dias só esperando você tirar o pó acumulado na semana que vem.
    O primeiro livro das crônicas que li, foi justamente o segundo. O vampiro Lestat. E digam as boas mentes que vampiros não existem, que é tudo bobagem, que isso não tem fundamento, coisa de gente louca, sem pé nem cabeça.
    Bom, mas segundo Anne Rice, vampiros existem, e eles não são apenas meros imortais habitantes da terra, transpassando por nós com sua beleza de deuses sanguinários e misteriosos.  
    O livro O vampiro Lestat, é muito mais do que uma crônica, é uma daquelas histórias que mesmo quem não acredita e pega o livro para ler, fica horas pensando sobre ele. É um livro que marca a nossa mente nos deixando flutuando sobre a real existência, milhões de possibilidades que vão acima de crenças e religiões. E Anne Rice consegue isso, consegue destruir a barreira de DeusXDemonios, e explicar o que até hoje nenhum escritor sobre contos vampirescos conseguiu explicar.
    A escritora mostrou com coragem no que acredita. Mostrou que não basta você criar um romance misturando contos sobrenaturais (sem nexo) e depois querer fazer fama com atores no tapete vermelho de Hollywood para posar em fotos de revistas da moda e mostrar quem você é. Você tem que ter inteligência suficiente para mostrar no que você está escrevendo e por que você acredita naquilo, por que você acha ser possível.
    Anne Rice nos da as milhões de possibilidades, nos mostra intermináveis caminhos pelos quais podemos seguir para acreditar ou não, na existência de vampiros. Nos guia por onde ela realmente acha que começou tudo isso, como começou. Mas não é uma biografia de pensamentos da escritora e tão pouco um diário de relatos. É um livro marcante e envolvente contado pelo próprio vampiro Lestat. E se você acha isso tão banal quanto assistir aos desenhos da matine de domingo, devo eu, que também descria sobre livros de vampiros, acrescentar, com toda educação que me permite, que está muito enganado.
   Tudo surge no século XVII. O próprio Lestat conta sua história antes de se transformar no que ele mesmo rotula ser, um demônio. Nos abrange a história de sua tortuosa família, desvencilhados de amor, onde em seu próprio lar se depara pelo ódio amargo que sente por sua mãe, pelo seu pai e pelos seus irmãos. Lestat é um jovem decidido que até então você não entende e tão pouco o compreende. Ele é marcante, gritante e ainda assim tão sedutor que possui a arte de seduzir ao leitor. É um jovem consternado, louco para sair da realidade que se encontra, desesperado por sentir-se vivo em algum lugar, lugar este que ele também não sabe, pois tudo á sua volta é sem sentido, como se estivesse tudo em vão.
   A escritora nos mostra um cenário triste e real sobre os cinzentos anos de 1780, sobre as dificuldades, as lutas e o quanto o povo se apavorava diante do chamado sobrenatural.  
  Lestat que viveu sempre em uma cidadezinha pequena, resolve com o companheirismo de seu amigo rumarem para longe, na linda cidade luz, Paris. Que tal naquele tempo não era tão iluminada assim, com corpos em decomposição sobre as ruelas da cidade e sentenças de morte executadas na praça publica. Tempos onde se escolhia matar ou morrer. Mas Lestat tão pouco se sentia mal por isso, tão pouco se sentia atraído com o mundo a sua volta, sempre se sentindo desconexo, tentando entender a morte, a vida e o amor. Segue seu sonho de ator, atuando em um teatro velho nos bulevares de Paris junto de seu melhor amigo e companheiro. Mas, pobre Lestat que mal sabia o que o destino lhe reservava...
    No livro você não ira só se deparar com a história de Lestat e sim, com descobertas incríveis sobre outros vampiros.
    Mas, a história em si é repleta de ação com desfechos incríveis que nos deixam com o queixo caído. Passando por Cairo, Paris, Itália e New Orleans.
   Como dica pessoal, realmente é um livro que não pode faltar na prateleira de ninguém independente se você acredita ou não.

Lestat não é apenas um vampiro que impiedosamente crava as presas no pescoço de qualquer mortal. Ele é um vampiro sofisticado, que soube cultivar o savoir-vivre ao longo dos tempos.

Vi na gigantesca tela do aparelho de tevê a fita do belo filme de Visconti, Morte em Veneza. Um ator disse em determinado momento que o mal era uma necessidade. Era o alimento dos gênios.
   Eu não acreditava nisso. Mas gostaria que fosse verdade. Então, eu poderia ser apenas Lestat, o monstro, não poderia? E sempre fui tão bom sendo monstro! Ah, bem...
   Coloquei o disquete novo no computador portátil e comecei a escrever a história de minha vida.” (parte do livro.)


(Curiosidade: Para os interessados, há também o filme "Entrevista com o vampiro" que é o primeiro livro das crônicas e neste filme, relata a vida de Lestat.)
Fica a dica.



     Annabel Laurino.




2 comentários:

  1. Creio que o filme ao qual você se referiu é "Entrevista com o Vampiro". Por sinal muito bom,como obra de arte.
    Mas creio que nem mesmo a Autora, Anne Rice,que agora se diz católica praticante,acredita muito em vampiro...
    Eu por meu lado,não acredito que existam.
    Pode até que tenha alguma "alma penada"(ou despenada?) por aí.
    Mas gosto de filmes de vampiros,como os do Drácula,por exemplo. Tem toda uma estória em cima dessa "teoria" dos que se alimentam de sangue.
    P.S. Gostei muito dos seus escritos e do visual de seu blog.
    Siga em frente e Felicidades!
    ANTONIO,de Goiânia,GO,BRASIL.

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  2. Olá Antonio!
    Sim realmente, "Entrevista com o vampiro" é um filme muito bom e eu mesma gostei muito, foi o único filme dentre o outro "A Rainha dos Condenados", que foi profundamente acompanhado pela escritora e por isso eu gostei muito, mas se você olhar como uma obra de arte, de fato também.
    Bem, há controvérsias, pois creio eu, que se ela não acreditasse, por que então criaria tantos livros há respeito disso? Seria ilógico, até mesmo por que você não se aprofundaria em algo sem pelo menos contestá-la dentro de si... Mas posso estar enganada, talvez. Até mesmo Antonio, acredito eu, que por a escritora ter sido uma grande cristã devota, influenciou ainda mais as bases de seus livros, afinal ela sempre esboçou os seus vampiros com divindades bíblicas e ensinamentos filosóficos de vida e morte.
    E devo concordar, os filmes do Drácula são demais, e eu também adoro. Mas não creio que se vampiros existissem, seriam assim, vagando pela terra, escalando paredes e dormindo em caixões. Mas, como eu disse, há controvérsias, e até eu mesma não creio bem que possam de fato existir...
    PP.S: Muito obrigada Antonio, pelo carinho de sua visita e de seus comentários. Volte sempre!
    Abraços!

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